Entenda o que é imagem pessoal e como se expressar com intenção e autenticidade.
Sabia que tudo o que você faz e veste comunica algo para o mundo? Mas será que essa mensagem está alinhada com o que você gostaria de transmitir? Conversamos com a jornalista e especialista em imagem pessoal Bel Dutra para entender o poder que as nossas ações e escolhas têm sobre o que mostramos para os outros e como podemos construir uma imagem pessoal genuína e que esteja totalmente conectada com a nossa verdade. Confira!
Bel define imagem pessoal como a percepção que o outro tem a nosso respeito. “Transmitimos mensagens, sensações, e com base nisso é formada a nossa imagem”. Inclui o tom de voz, a linguagem corporal e gestual, as expressões faciais e, inclusive, o nosso comportamento, indo muito além da forma como nos vestimos. Ela explica que estilo pessoal “é a maneira como nos expressamos e isso pode ser observado por meio das nossas escolhas, como as músicas que escutamos, as viagens que fazemos e, claro, as roupas que usamos”. Lembra ainda que nosso estilo comunica muito, mas não tudo - e é aí que entra a imagem pessoal, que engloba o estilo e toda nossa forma de agir e de se expressar.
Tudo começa com autoconhecimento. Assim como para descobrir seu estilo e o que gosta de vestir, para se passar uma imagem verdadeira acerca de si, é preciso primeiro pensar sobre quem a gente é. “É um baita clichê, mas é verdade. E se a gente não olhar para dentro, não vai funcionar. Somos bombardeados com referências externas desde sempre. É difícil saber se as nossas escolhas são baseadas no que gostamos de fato ou no que estão dizendo por aí que é bacana”, fala Bel.
O primeiro passo é saber genuinamente quem somos. “Observe-se mais e se faça perguntas o tempo todo”, ressalta ela. Isso ajuda a ter clareza das nossas preferências, dos nossos objetivos e ainda dos papéis que desempenhamos na vida. Aqui, pode-se perceber o quanto a imagem pessoal vai muito além da moda: “[...] o que vestimos é apenas parte da imagem que queremos comunicar, que deve ser coerente com quem somos e ter consistência para sermos reconhecidos como tal”.
Para Bel, não dá para dissociar quem somos na essência e o que sentimos do que decidimos vestir. “É preciso resgatar internamente nossos atributos. Do contrário a gente até pode causar uma certa impressão num primeiro contato, mas não se sustentaria”. A especialista também sugere se fazer algumas perguntas: que sensações eu gostaria de causar nas pessoas? Quais elogios eu gostaria de receber? A quais características eu quero ser associado? Tendo essas respostas, a escolha do que vestir fica mais fácil - e você pode sempre pedir a ajuda de um consultor de imagem e estilo para lhe auxiliar a delimitar estas questões.
Quando pensamos sobre o quanto a nossa imagem comunica, uma das esferas onde isso mais se aplica e que também tem uma grande importância é o mercado de trabalho. Seria possível transmitir, por exemplo, mais credibilidade e autoridade a partir do que vestimos? Bel fala que não existe uma receita pronta. “Não tem uma lista de peças que comuniquem esses atributos, por exemplo, e que sirva para todo mundo da mesma maneira. Temos que levar em conta nossas características físicas, tom de voz, postura”. E a individualidade é um fator fundamental no processo. “Poderia dizer que as linhas retas e grossas presentes em peças como uma saia lápis ou um blazer estruturado, as cores frias ou escuras e os acessórios imponentes transmitem essa imagem. Mas a pessoa por trás importa”, destaca.
Bel lembra que, apesar de comumente associada à vestimenta, a imagem pessoal transcende essa ideia e cita um conceito chamado ABCD da imagem, fundamentado em quatro pilares: Appearance (aparência), Behavior (comportamento), Communication (comunicação) e Digital Presence (presença digital), sendo o último um reflexo do mundo hiperconectado em que vivemos. Logo, tudo o que nos consiste e nos cerca comunica. “Por essa razão, é tão importante pensarmos a nossa imagem com intenção”, pontua. Além disso, desempenhamos diferentes papéis o tempo todo: a mulher que é profissional, mãe, filha, amiga, colega, aluna e muitas outras coisas, que não deseja ser definida por apenas um destes títulos, e a imagem pessoal deve acompanhar esse movimento, assim como o que vestimos. “É por isso que implico com o conceito dos estilos universais, pois ele nos coloca de certa forma em caixinhas, mas nós somos plurais. Para cada papel, podemos querer sentir e transmitir coisas diferentes”, conclui Bel.