Produções para assistir no Pride Month e entender a importância da luta contra a LGBTQIAfobia
Junho é o Mês do Orgulho LGBTQIA+, um período em que no mundo todo são realizados eventos reinvindicando os direitos da comunidade e o fim da violência contra a mesma, além de ser uma oportunidade de se falar sobre o assunto. A data refere-se ao levante de Stonewall, ocorrido em Nova York, em 28 de junho de 1969, quando um grupo de pessoas LGBTQIA+ decidiu se opor à frequente repressão policial, permanecendo dias confinado dentro do bar Stonewall Inn em um ato de resistência.
Segundo dados de 2020 do Trans Murder Monitoring, uma pesquisa internacional que mapeia os assassinatos da população trans, o Brasil é o país que mais mata transexuais em todo o mundo, mantendo-se no topo do ranking pelo 12º ano consecutivo. Junho é um mês para se trazer maior conscientização social e política sobre o movimento e também mostra a urgência na luta contra a LGBTQIAfobia. Pensando nisso, selecionamos alguns filmes, séries e documentários a fim de despertar reflexões e levar conhecimento acerca de um tema tão necessário. Confira:
O drama é inspirado na história da trans Lili Elbe, vivida pelo ator Eddie Redmayne, considerada a primeira transexual (que se tem registro) a passar por uma cirurgia de redesignação sexual. O longa conta a história real do pintor dinamarquês Einar Wegener e de sua esposa (Alicia Vikander, que ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo filme) e a delicada relação do casal em meio às descobertas acerca da sexualidade do artista. Tendo os anos 1920 de cenário, “A Garota Dinamarquesa” é baseado na obra homônima de David Ebershoff. Uma curiosidade é que Lili foi pioneira na época ao realizar o procedimento, ainda experimental e arriscado, na Alemanha, em um total de cinco cirurgias durante dois anos.
ONDE ASSISTIR? Na Netflix
Vencedor do Oscar de melhor filme em 2017, o longa retrata a vida de Chiron, um garoto negro e morador de uma comunidade pobre de Miami nos anos 1980. A obra mostra períodos distintos da vida do protagonista, sua infância, adolescência e fase adulta - interpretado por Alex Hibbert, Ashton Sander e Travante Rhodes, respectivamente, em cada um dos três estágios. Em meio a diversos desafios, como a violência, a pobreza e o tráfico de drogas, uma mãe negligente e viciada e ainda as ameaças sofridas por vizinhos e colegas de escola, Chiron tenta entender sua sexualidade. Num contexto bruto e de constante rejeição, o menino vai em busca de sua identidade e da (auto) aceitação da sua homossexualidade.
ONDE ASSISTIR? No YouTube Movies ou Google Play
O filme francês conta a história de Laure/Mickaël (Zoé Héran), uma criança de dez anos que acaba de se mudar com a família para outro bairro em Paris. Laure, que se identifica como menino, passa a se apresentar como Mickaël e, quando conhece seus novos amigos, decide manter oculta sua condição biológica. Os problemas começam quando Mickaël precisa voltar à escola após as férias e teria que “abandonar” sua identidade de gênero.
ONDE ASSISTIR? No Telecine Play
Estrelado por Cate Blanchett e Rooney Mara, o filme mostra o romance entre duas mulheres na década de 1950 em Nova York. Carol (Cate) está se divorciando do marido e, ao ir até uma loja de departamentos para comprar um presente de Natal para a filha, conhece Therese (Rooney). Impedida de visitar a menina, Carol se vê dividida entre a descoberta de uma paixão inesperada e secreta, as aparências e os trâmites do divórcio. O longa é baseado no livro “O Preço do Sal”, de Patricia Highsmith.
ONDE ASSISTIR? No Look e NOW
Reconhecida pela representatividade trans, tanto na temática como no elenco e também na equipe de produção, a série é a primeira da televisão norte-americana com protagonistas majoritariamente transgênero e interpretadas por atrizes trans - M.J. Rodriguez, Dominique Jackson, Angelica Ross, Indya Moore e Hailie Sahar são Blanca, Elektra, Candy, Angel e Lulu, respectivamente. A história tem como cenário a Nova York dos anos 1980 e 1990 e mostra a cultura dos bailes promovidos pela comunidade gay e trans, além de retratar o início da epidemia de AIDS, em um período em que a doença era ainda mais envolta de preconceito e vista como uma sentença de morte. Pose traz diversas reflexões necessárias e retrata com realismo, complexidade e delicadeza a vida da comunidade LGBTQIA+ na sociedade (ainda mais) opressora da época. A terceira e última temporada da série estreou em maio nos Estados Unidos e deve chegar na Netflix brasileira em 2022.
ONDE ASSISTIR? Na Netflix
A série lançada em 2019 pela HBO ganhou uma legião de fãs ao retratar o universo adolescente de forma realista e levantar diversas questões comuns e complexas desta fase, como amizades, relacionamentos amorosos, conflitos familiares, sexo, drogas e ainda redes sociais e violência. A história se desenvolve a partir da protagonista Rue (Zendaya, que conquistou o Emmy de Melhor Atriz em Série de Drama), uma jovem com dependência química que acaba de sair de uma clínica de reabilitação. Ela se envolve com Jules, uma personagem transgênero também interpretada por uma mulher trans, a modelo e atriz norte-americana, Hunter Schafer. O seriado aborda, entre outros temas, os desafios sociais e emocionais enfrentados por ela, mas sem colocar foco na sua identidade de gênero. A primeira temporada teve oito episódios, além de dois especiais lançados no início do ano, e a segunda está prevista para chegar ainda em 2021.
ONDE ASSISTIR? Na HBO
Primeiro documentário brasileiro original da Netflix, apresenta a trajetória da cartunista e chargista Laerte Coutinho, que se assumiu trans publicamente aos 57 anos. Além de mostrar sua carreira, a produção lançada em 2017 também debate questões de gênero e traz a visão da artista sobre o que significa para ela ser mulher.
ONDE ASSISTIR? Na Netflix
Um dos ícones do movimento gay nos anos 1960 em Nova York, Marsha foi uma mulher transgênero negra e drag queen, além de ativista dos direitos LGBTQIA+ e um dos nomes mais importantes da Rebelião de Stonewall. Em 1992, foi encontrada morta no Rio Hudson e, à época, a polícia disse se tratar de um suicídio, mas a versão foi contestada por pessoas próximas que consideram que, na verdade, ela teria sido assassinada. No documentário, a ativista Victoria Cruz investiga a morte de sua amiga e expõe o legado de Marsha.
ONDE ASSISTIR? Na Netflix